A ausência...
Já dizia o muy sábio Shakespear: "A ausência faz ao amor, o mesmo que o vento faz à labareda: aumenta a grande e extingue a pequena..." Mas apesar dessa observação, é inegável que a dor da ausência do amante é proporcional ao amor que se sente! Quem ama verdadeiramente, sente a ausência como um punhal atravessado no coração, uma inquietude que nos assalta e não abandona nosso espírito enquanto nossos olhos não pousarem de novo no olhar do outro...
Aproveito também para deixar aqui um agradecimento à futura mamã que visitou este cantinho... espero que o André seja um bom menino ;)
Distante
Não sinto o bater de meu coração,
Nesta gélida noite de Inverno!
E não é o gelo, mas sim o Inferno,
Da tua ausência sem razão,
Que prende o meu destroçado coração!
Feriste meu peito, com a tua majestade,
Tua pose altiva, de bela princesa
Que com seu gesto ergue impérios,
Com a mesma força e certeza,
Com que arrasa falsos mistérios!
Humilhas este pobre e fraco mortal,
Caído por terra diante do vosso olhar!
Suplico-vos, não me façais mal!
Impedi-me de vos desejar... de vos amar!
Peço-vos a vossa piedosa clemência,
Para me libertardes de vossa magia
Com que prendeste minha alma!
Vivo com a tua voz perdida nos meus pensamentos
Sussurrando-me melodias de uma paixão
Que inflama os meus pobres sentimentos
Sonho com a tua suave mão,
Tocando as flores, ao nascer do sol, orvalhadas
Ansiando ser apenas uma das suas pétalas!
Perdi-me... em ti! E não me quero encontrar!
Quero te amar...
Quero te sentir...
E não quero que voltes a partir!
Tiago Dinis
6/12/2003