sábado, 13 de agosto de 2005

Mais um poema sombrio...

Na noite do meu sentir

Noite... túmulo de sonho e sentimento,
Véu negro que cobris o firmamento
Libertai o meu espírito ao sabor do vento,
Que inflama e consome o meu peito com alento!

Terminaram-se as forças para lutar,
Contra este mal que asfixia meu coração,
Que me impede de sentir, viver e amar
Com a mesma intensidade e força da onda do mar!

Porque me prendes, vil razão...
Porque massacras esta pobre paixão,
Que aspira ser livre e quer voar
E da terra não se consegue soltar!

Porque me cegas, vil consciência...
Porque negas esta simples existência,
Que aspira ser única e imortal
E não consegue ser mais do que fatal!

Noite... condeno-me a ver-te chegar,
Abandonado na minha desconhecida solidão,
Acorrentado a esta dor de saber
Que enquanto eu não morrer,
Sofrerei por não amar, como quero amar!
E porque se morrer,
Amarei por não viver!


2003-10-03